Você está realmente no controle da sua carreira ou apenas reagindo às oportunidades que aparecem? Em um mercado de trabalho que muda em velocidade recorde, a empregabilidade deixou de ser sobre ter um diploma e um bom currículo. Ela se tornou uma competência ativa, uma jornada contínua de desenvolvimento que começa não no mercado, mas dentro de você.
O que é empregabilidade, afinal?
Longe de ser apenas a capacidade de conseguir um emprego, a empregabilidade é, como defendem especialistas como a professora PhD Diana Aguiar Vieira, a capacidade de um profissional gerar valor contínuo para o mercado. Não se trata de ter um emprego, mas de ser "empregável": ter as competências, a reputação e a adaptabilidade que o tornam valioso para diferentes organizações e projetos, hoje e no futuro.
É a diferença entre ser um passageiro e ser o piloto da sua própria trajetória profissional. E o primeiro passo para assumir o comando é ligar o GPS interno: o autoconhecimento.
O Pilar: O poder do autoconhecimento
Antes de buscar o que o mercado quer, você precisa entender o que você tem a oferecer e o que o realiza. O autoconhecimento é o alicerce sobre o qual uma carreira sólida é construída. Sem ele, você corre o risco de perseguir cargos que não se alinham aos seus valores ou de tentar desenvolver habilidades que não ressoam com seus talentos naturais.
Comece com uma investigação honesta. Faça a si mesmo as perguntas fundamentais:
- Quais são meus 3 a 5 pontos fortes mais evidentes? (O que eu faço bem e com naturalidade?)
- Quais atividades me energizam e me trazem satisfação? (Minhas paixões.)
- Quais são meus valores inegociáveis? (Ex: segurança, inovação, autonomia, impacto social.)
- Quais são as minhas áreas de desenvolvimento? (Onde estão minhas lacunas de conhecimento ou habilidade?)
Este mapa interno é sua bússola. Ele guiará suas decisões, desde a escolha de uma empresa até a negociação de um novo cargo.
O equilíbrio essencial: A dança entre Hard Skills e Soft Skills
Nos últimos anos, muito se falou sobre a importância das soft skills (competências comportamentais), como comunicação, inteligência emocional e liderança. Elas são, de fato, cruciais. São elas que permitem a colaboração, a resolução de problemas complexos e a adaptação a novos cenários.
Contudo, um erro perigoso é focar exclusivamente nelas e negligenciar as hard skills (competências técnicas).
Pense em um engenheiro civil. Sua capacidade de negociar com fornecedores e de se comunicar com a equipe no canteiro de obras (soft skills) é vital. Mas, sem o conhecimento profundo de cálculo estrutural, materiais e softwares de desenho técnico (hard skills), sua boa capacidade de relacionamento não impedirá que a ponte caia. O mesmo vale para um programador, um analista financeiro ou um designer.
A empregabilidade moderna reside no balanceamento dinâmico entre esses dois mundos. As hard skills garantem que você pode executar a tarefa. As soft skills garantem que você pode executá-la bem, em equipe, sob pressão e em um ambiente em constante mudança. Uma habilidade sem a outra cria um profissional incompleto.
Guia prático: Comece seu mapa de competências hoje
Para colocar o autoconhecimento em prática, crie sua própria "Matriz de Competências". Desenhe uma tabela simples com duas colunas:
Hard Skills (O que eu sei fazer). Exemplos:
- Análise de dados em Python
- Comunicação clara de resultados
- Gestão de tráfego pago
- Liste as suas aqui
Soft Skills (Como eu faço). Exemplos:
- Pensamento crítico para otimizar campanhas
- Fluência em inglês
- Colaboração em equipes multiculturais
- Liste as suas aqui
Ao preencher, seja honesto. Em seguida, pesquise vagas que você almeja e compare: quais competências você já tem? Quais precisa desenvolver? Este exercício simples é o primeiro passo para criar um plano de desenvolvimento de carreira intencional e eficaz.