O estágio é peça-chave para conectar teoria e prática, ampliar a empregabilidade estudantil e fortalecer a marca institucional das universidades. No entanto, algumas Instituições de Ensino têm adotado o modelo de terceirização integral do setor de estágios, delegando a operação completa a terceiros.
Embora essa decisão pareça prática, ela pode trazer sérios riscos para a governança e para a conformidade regulatória.
1. Conflito de interesses
Quando a empresa que fornece a tecnologia também atua como agente de integração, surge um conflito natural: quem garante que os interesses da Instituição e dos estudantes serão priorizados?
2. Perda de governança e de dados
Os estágios concentram informações estratégicas: dados pessoais de estudantes, empresas parceiras e contratos. Ao terceirizar o setor, a Instituição pode perder controle sobre a gestão e a proteção desses dados.
3. Dependência tecnológica (lock-in)
Modelos fechados dificultam a portabilidade e tornam a Instituição refém do fornecedor, limitando a liberdade de escolha no futuro.
4. Riscos regulatórios e jurídicos
A LGPD estabelece que a Instituição de Ensino é a controladora dos dados. Além disso, MEC e órgãos reguladores podem questionar a terceirização integral, considerando fragilidades em auditoria e compliance.
O papel estratégico da IE
Manter o protagonismo sobre estágios garante:
- Maior empregabilidade dos estudantes;
- Relacionamento sólido com empresas;
- Reputação acadêmica fortalecida.
Alternativas seguras
- Plataformas neutras e abertas, sob controle da IE;
- Integração com múltiplos agentes, promovendo concorrência saudável;
- Auditoria e governança de dados em conformidade com a LGPD.
Conclusão
O estágio vai além da burocracia: ele é ativo estratégico para Instituições de Ensino.
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Antes de terceirizar totalmente o setor de estágios, reflita: Sua Instituição está preservando o controle sobre a empregabilidade de seus alunos ou entregando esse papel a terceiros?
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